maio 05, 2011

"Não se termina", mas enfraquece [parte I]

Assim como o colega @lauro7, fazia algum tempo que não escrevia nada, e a pretensão também não é a de fazer um monólogo, só que este é um momento propício para a exposição de algumas opiniões que se fazem necessárias. A eliminação Tricolor na Copa Libertadores deixa muitas marcas no torcedor combalido, que não sabe o que é comemorar um título decente há quase 10 anos, e nos traz diversas conclusões sobre o que acontece dentro do clube, sempre de acordo com o que externam os dirigentes e pessoas que estão no dia-a-dia do Grêmio. Assim o farei, em 3 partes, antes da decisão do Gauchão mais valorizado da década, devido as circunstâncias.

Primeiro, dentro de campo

O Grêmio não foi eliminado pelos Cruzados de Chile porque teve azar, porque os gols não sairam, porque o Borges foi expulso, ou porque a Imortalidade não apareceu. O Grêmio perdeu, pura e simplesmente porque tem um time mais fraco que o da Universidad Católica. É doloroso chegar à conclusão que um clube que não tem um décimo da tradição que o Tricolor tem, possui um time tecnica e taticamente melhor para disputar um mata-mata copeiro.

Não são os desfalques; o Grêmio versão 2011 nunca convenceu, seja jogando completo, com força máxima, seja com seu time reserva, que inclusive venceu um GREnal em fevereiro. Parando para analisar friamente, o Grêmio não fez uma boa partida sequer fora de casa, tanto no Gauchão, quanto (e principalmente) na Libertadores. Vejam bem: com o time principal, e com bola rolando, o Grêmio só venceu o Pelotas e o Cruzeiro fora de casa em 2011, é muito pouco, ainda mais se formos considerar adversários na Libertadores do naipe de Liverpool/URU e León/PER (para ficar nos que não perdemos).

Comparando com o time do ano passado, que venceu a maioria dos jogos longe do Olímpico, depois que Portaluppi assumiu, a campanha deste ano é digna dos (não) saudosos tempos de Paulo Autuori na casamata - com a diferença que deixamos de ser invencíveis em nossos domínios. Por falar no ano passado, ninguém nunca ousaria reclamar a falta dos criticados Fábio Santos e Paulão; eu, pelo menos, acho que foi uma magia que trouxe liga àquele time, onde até Gílson e Diego Clementino conseguiam render acima do esperado, só que a magia acabou, nos vimos com o real Gílson e Rafael Marques no lugar dos supracitados desertores.

Muitos consideram a saída de Jonas o evento-chave para a decadência do time. Eu já discordo, tendo saído o Jonas, caberia ao técnico apostar em outras alternativas, de acordo com as características dos jogadores que ficaram. Sempre fui um defensor ferrenho de que o 3-5-2 era a melhor alternativa com os jogadores à disposição (considerando a força máxima), mas o losango de meio-campo com a bizarra concepção de que Adílson teria mais capacidade de jogo que Fábio Rochemback parecia ser eterno. Sejamos justos, parecia, porque Renato conseguiu emular Roth na último domingo, armando um 3-6-1 lamentável, com 3 volantes.

Renato, Renato... Completamente compelido pelos males do bruxismo crônico, o outrora Santo pareceu querer operar milagres em jogadores com saúde técnica de causar inveja a qualquer Lázaro. Amigo dos estrelões e dos perebas, indicou um problemático Carlos Alberto que não trouxe nenhum resultado, insistiu com Borges ao lado de André Lima, não teve peito para sacar do time Rodolfo e Gabriel quando estes passaram a comprometer, morreu abraçado com Gílson, Rafael Marques e Lins, e tem paixão por Fernando e Willian Magrão, "pratas" da casa. Infelizmente, a eliminação gremista passa pelo nosso ídolo máximo (dentro das 4 linhas).
← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário