maio 07, 2011

"Não se termina", mas enfraquece [parte II]

Depois, dentro do clube

Vaidade. Soberba. Acomodação. Conflitos. Falta de pulso. Pode ser escrita uma Bíblia com os adjetivos que cercam o ambiente do Grêmio desde que a nova direção assumiu. Não que a gestão Kroeff fosse o suprassumo da humanidade, muito pelo contrário, a grande maioria queria e aprovou a eleição de Odone. Entretanto, cada vez se torna mais clara a falta de sintonia e aparente diálogo entre a direção e a comissão técnica, personificadas em Odone, Vicente Martins e Portaluppi. A atribuição de culpas pela eliminação na Libertadores é o espelho da situação, onde o presidente e o treinador trouxeram 100% dela para si.

Parecia um consenso: a gestão Duda Kroeff foi um fracasso. Crises nas diretorias de futebol comandadas por André Krieger e Luís Onofre Meira, em 2009 e 2010, respectivamente, enfraqueceram muita a imagem do presidente, que, apoiado por Fábio Koff, venceu a guerra política de 2008 que, na minha humilde opinião, tirou o título brasileiro de 2008 da Azenha. Entretanto, a reta final do período Duda, já com Alberto Guerra como homem forte no futebol, foi de relativo sucesso, com a chegada de Portaluppi, a fulminante arrancada no 2º turno do Brasileirão'10 e a posterior vaga na Libertadores'11.

A vitória de Odone nas eleições passadas, com o apoio maciço de setores influentes da torcida gremista (dentre elas a Geral do Grêmio - composta basicamente por sócios), tinha como parâmetro a gestão Duda, onde todos (inclusive este escriba) pensavam: "bom, com o Odone não pode ser pior do que foi com o Duda". Ledo engano. Odone priorizou o projeto Arena, que, a bem da verdade, está saindo do papel, com obras avançadas às margens da BR-290, mas simplesmente esqueceu de fazer futebol. Ou o pensou como em 2007, e seus reforços de grife, atacantes bala, entre outros devaneios da época.

O torcedor queria seu time reforçado para a disputa de uma Copa. E viu uma diretoria esforçada em trazer um jogador de fora do país, que, diga-se de passagem, com ele não seríamos capazes de ganhar a Copa; sem ele também não fomos. Incompetência elevada aos níveis mais absurdos desde a era Ob&%#. Enquanto os esforços eram direcionados a este atleta (deixo avaliações à cargo da maior torcida do Brasil), os reforços para posições pontuais do time não chegavam e, quando chegavam, eram de nível duvidoso. Talvez o único jogador que chegou com aval, e cartaz apresentado dentro de campo foi o Rodolfo, que vem se mostrando melhor com o teclado do que com a bola.

Os resultados obviamente não vinham, as rusgas de Odone com Portaluppi aumentavam a cada dia, pois o presidente queria um Grêmio retranqueiro - a Taça Farroupilha foi a resposta de Renato - e o técnico é um ofensivista nato, e a coisa começou a criar peso. As lesões de atletas não ajudaram muito, mas houve muito tempo entre as saídas de Jonas e F. Santos, as lesões de Lúcio/B. Collaço e André Lima, e os períodos de inscrições na Libertadores. Jogamos uma decisão de oitavas-de-final na Copa com Lins "bate-e-volta" e Júnior Viçosa no ataque. Alguém na imprensa falou, e eu concordo: foi o pior time do Grêmio que entrou em campo para uma partida de Libertadores. Mérito da atual direção, com aval da comissão técnica.

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